O BOTAFOGO NÃO FOI ROUBADO

Escrito por Paulo Vinícius Coelho

A primeira coisa a dizer sobre a final da Taça Guanabara é que o Flamengo jogou bem o segundo tempo. Voltou melhor do que o Botafogo, graças principalmente à mudança de Joel Santana. Com Souza e Obina, com um dos centroavantes sempre saindo da área, o time obrigava o zagueiro Eduardo -- e depois Édson -- a sair da área. Abria o espaço se abria na defesa alvinegra.Também há de se falar que Leonardo Moura, sem jogar bem, foi decisivo. Sofreu a falta que resultou no lance do pênalti, quando ainda tinha a marcação forte de Zé Carlos, o autor da falta. E fez a jogada do segundo gol, quando Zé Carlos não estava em campo para marcá-lo. E nem estava Lúcio Flávio, cuja presença permitiria que não sobrasse ninguém. Sabe por quê? Porque Édson, o marcador de Diego Tardelli, precisou sair para tentar parar Léo Moura. Não cobriu um santo, nem outro.O Botafogo perdeu para seu próprio nervosismo. Deixa Souza pegar a bola no fundo do gol e reiniciar o jogo. Se com nove contra dez, houve chance de ganhar a partida, como seria com onze contra onze? O nervosismo já causou a suspensão de Jorge Henrique, ano passado, a demissão e o retorno de Cuca -- com os nove pontos perdidos na gestão Mário Sérgio, o Botafogo seria vice-campeão brasileiro e estaria na Libertadores.O Botafogo não precisa de carinho, nem de compreensão, nem de arbitragens diferentes. Precisa de calma.