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quinta-feira, 5 de abril de 2007

Mentirosos anônimos

A – Boa noite, meu querido grupo de mentirosos anônimos. Meu nome é Augusto Pederneiras e serei o guia de vocês para uma vida melhor. Mentir dá prazer, ainda mais pra vocês, eu sei. É bom enganar as pessoas. Quem não gosta de fazê-las pensar e agir conforme a verdade que você criou? Vamos começar a sessão, alguém gostaria de se manifestar?

B – Oooi, boa noite, meu nome é Ezequiel e eu...
A - Não, você não se chama Ezequiel.
B – Ora, ora, e como não?
A – Porque um Ezequiel não teria seios... A menos que você seja um transformista que manteve o nome de nascimento... O que não é muito sensato, geralmente as pessoas mudam para um nome bem animado e gay. Tipo Ludmila Marshmallow, ou Letícia Jujubinha...
B – É, o senhor tem razão, eu pensei que aqui pudéssemos mentir à vontade...

“C” se intromete

C – Então os alcoólatras anônimos se reúnem pra quê? Pra tomarem uns drinques? Não! Pra se curarem como nós!
A – Isso mesmo, um hinduísta espanhol me disse uma vez: “perceba o vício e mate-o imediatamente”. E é pra isso que vocês estão aqui. Para usarem apenas a verdade! Quer dizer, podem contar uma mentirinha pelo bem do próximo, mas só quando necessário!
C – Mas como assim, Dr. Augusto? É necessário mentir?

“D” se intromete

D – Mas é claro! Uma vez meu filho me perguntou o que era o pó branco que estava debaixo do meu nariz. Pelo bem dele, falei que era leite em pó. Ele nunca acreditaria que era pó de giz...
C – Giz? Mas porque tinha pó de giz no seu nariz?
D – Não tinha pó de giz no meu nariz...
C – Mas você não acabou de falar que ele não iria acreditar na história do pó de giz?
D – Pois é, entre uma mentira e outra, fiquei com o leite em pó.
C – Ta, mas o que era no seu nariz afinal?
D – Você jura que não sabe?
C – Ué, fala...
D – Era magnésio, eu escalava nessa época...
C – Ahh ta...
D – Mentira, seu ingênuo, era cocaína!
C – Meu deus!
D – Mas não se preocupe, era atóxica... Tipo cerveja sem álcool.
C – Puxa, nem sabia que existia cocaína atóxica!
D – Mentira, cacete, você acredita em tudo, hein? Era tóxica sim...
C – Então você era viciado em cocaína?
D – Aham... Mas não sou mais. Troquei um vício pelo outro, agora só minto compulsivamente... Bebo e fumo também, claro... Sempre que me dava vontade de cheirar, eu contava uma mentira... Dava certo...
C – Hum... E o que é esse pó branco no seu nariz agora?
D – É... Farinha de trigo! Estava fazendo um empadão de frango com azeitonas verdes em casa, quase perdi a hora do encontro! Só no carro percebi que estava de avental ainda, que coisa, né?

A - Bem, a conversa está muito saudável, mas eu preciso continuar...

“E” entra na sala...

- Olá pessoal, desculpe o atraso, estava um trânsito caótico alí na Visconde de Caçarolas. Mas pelo visto, meu faxineiro Toninho fez sala pra vocês, né? Bem, meu nome é Augusto Pederneiras e... Toninho, o que você está fazendo com o meu crachá?

=)

Um comentário:

Filipe Cerolim disse...

eu comento no teu bobao


quem era o toninho???