RUY CASTRO hoje na Folha.
De volta aos cafundós
Nelson Rodrigues dizia que, se todos conhecessem a intimidade sexual uns dos outros, ninguém cumprimentaria ninguém. Donde não é boa política que, numa campanha eleitoral, um candidato se sente em cima do próprio rabo e fale do rabo alheio.
O que vai dito acima não se refere à estratégia da candidatura de Marta Suplicy para desmerecer a de Gilberto Kassab pela Prefeitura de São Paulo, perguntando se ele é casado e tem filhos -mas a algo ainda mais imoral que está acontecendo no Rio: a distribuição de panfletos apócrifos e ofensivos ao candidato do PV à prefeitura carioca, Fernando Gabeira, acusando-o de homossexual, drogado e ateu.
É chocante que, nas duas maiores cidades brasileiras, no século 21, partidos que se pretendem modernos ressuscitem práticas que ficariam melhor em eleições nos cafundós e grotas da República Velha. No caso de São Paulo, é de se perguntar se os milhares de eleitores petistas também solteiros e sem filhos não se sentirão respingados pela malícia abjeta da pergunta que seu partido pôs no ar.
Como moro no Rio, não tive o desprazer de ouvir a gravação, mas, pelo que me contaram, pode-se perceber a lascívia escorrendo pela boca encharcada do locutor, misturada com o veneno. Seja como for, essa peça de campanha faz parte da propaganda oficial do PT. Sabe-se quem a criou e quem a autorizou.
No Rio, os panfletos são anônimos, embora sua assinatura esteja apenas oculta por elipse. Devem ser da mesma autoria de quem inoculou propaganda política a favor do candidato Eduardo Paes nos telões do Maracanã (que pertence ao Estado), no domingo último, ou de quem requisitou ao Secretário Estadual de Segurança a ficha policial de um militante de Gabeira. A carruagem ameaça reverter a abóbora antes da meia-noite
O que vai dito acima não se refere à estratégia da candidatura de Marta Suplicy para desmerecer a de Gilberto Kassab pela Prefeitura de São Paulo, perguntando se ele é casado e tem filhos -mas a algo ainda mais imoral que está acontecendo no Rio: a distribuição de panfletos apócrifos e ofensivos ao candidato do PV à prefeitura carioca, Fernando Gabeira, acusando-o de homossexual, drogado e ateu.
É chocante que, nas duas maiores cidades brasileiras, no século 21, partidos que se pretendem modernos ressuscitem práticas que ficariam melhor em eleições nos cafundós e grotas da República Velha. No caso de São Paulo, é de se perguntar se os milhares de eleitores petistas também solteiros e sem filhos não se sentirão respingados pela malícia abjeta da pergunta que seu partido pôs no ar.
Como moro no Rio, não tive o desprazer de ouvir a gravação, mas, pelo que me contaram, pode-se perceber a lascívia escorrendo pela boca encharcada do locutor, misturada com o veneno. Seja como for, essa peça de campanha faz parte da propaganda oficial do PT. Sabe-se quem a criou e quem a autorizou.
No Rio, os panfletos são anônimos, embora sua assinatura esteja apenas oculta por elipse. Devem ser da mesma autoria de quem inoculou propaganda política a favor do candidato Eduardo Paes nos telões do Maracanã (que pertence ao Estado), no domingo último, ou de quem requisitou ao Secretário Estadual de Segurança a ficha policial de um militante de Gabeira. A carruagem ameaça reverter a abóbora antes da meia-noite
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